domingo, 12 de outubro de 2008

MUSEU ABELARDO RODRIGUES





MUSEU ABELARDO RODRIGUES

HISTÓRICO DO CASARÃO


O Solar do Ferrão foi construído a partir do século XVII, época do desenvolvimento da indústria açucareira, entre duas ruas do Pelourinho: Rua Gregório de Matos (Maciel de Baixo) e a Ladeira do Ferrão. Ambas fazem parte do conjunto de ruas que compõem o Centro Histórico e foram tombadas pelo IPAC. O casarão foi tombado pelo IPHAN em 1938 como patrimônio nacional pelo valor arquitetônico e por ser considerado um dos mais belos do Pelourinho. Na época de sua construção os casarões tinham muita importância porque eram símbolos de poder aquisitivo. Foi residência da família “Maciel” até 1756, sendo entre 1793 a 1814 o Seminário dos Jesuítas.
Entre outras famílias que lá residiram, encontra-se também o nome de Joaquim Inácio Ferrão de Aragão que o adquiriu depois que os jesuítas saíram de lá cujo nome foi dado em sua homenagem. Depois de anos de posse nessa família, o prédio foi vendido para o Centro Operatório. Muitas intervenções foram feitas até que foi adquirido em 1977 pelo Governo do Estado da Bahia que o restaurou e instalou nele o Museu Abelardo Rodrigues.
No interior do museu, foram preservados e estão visíveis, elementos da arquitetura da época, entre outros, uma porta folheada a ouro, que apesar das muitas mãos de tinta que os moradores deram nela sem a consciência de sua riqueza, ajudaram na sua preservação. Estão lá também um elevador de carga e uma croca, onde eram jogados os dejetos pelos escravos. Uma estrutura que só era comum para as famílias mais economicamente favorecidas.













HISTÓRICO DO MUSEU



Abelardo Rodrigues nasceu em 28/08/1908 em Pernambuco. Um advogado que era apaixonado pela arte, percorreu o Brasil, buscando expressões religiosas que caracterizasse o Nordeste, passando por diversas situações para concretizar suas aquisições. Concretizou esse sonho, com um acervo de cerca de 810 peças de variadas regiões. Sendo um diferencial desta coleção a variedade de tamanho das peças e diversidade de materiais. Encontramos peças de barro, pedra sabão, marfim, gesso, biscuit, chumbo, madeira, alabastro e até baquelite, resina sintética, resistente ao calor, que é usado inclusive para fabrico de equipamentos elétricos como rádios, telefones, entre outros.
Na coleção existem objetos de origem brasileira, como também da Europa, e é composta por crucifixo, oratórios, ornatos, documentos, invocações masculinas e femininas, especialmente aquelas que representam a considerada pelo catolicismo, como virgem Maria, mãe de Jesus.
Durante sua vida, tentou convencer o governo pernambucano a fazer um museu para abrigar suas peças, fato que foi negado por diversas vezes. Após sua morte em 18 /12/1971, a viúva no intuito de concretizar o seu desejo, tentou vender as peças ao governo de Pernambuco, recebendo outra negativa. O governador da época, Antônio Carlos Magalhães conhecendo a situação e importância que tinha a coleção para o proprietário e a família, propôs a compra do acervo em 1973. Tendo conhecimento, o governo de Pernambuco contestou a venda. Inicia-se ali um episódio conhecido como “ Guerra Santa”. Houve um processo judicial que durou três anos, e as peças permaneceram no Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia. Depois da causa ganha para a Bahia, foi inaugurado o Museu Abelardo Rodrigues em 05 de novembro de 1981, ocupando o casarão Solar do Ferrão.

MINHAS IMPRESSÕES DURANTE A VISITAÇÃO


A visita ao Museu Abelardo Rodrigues foi realizada no dia 19 de setembro de 2008 onde tive acompanhamento da monitoria. Foram observados alguns aspectos.
A acessibilidade externa do museu, não considerei uma das melhores, pois não está localizada em uma avenida principal, demorei um pouco para encontrar,. Ao perguntar, as pessoas não sabiam informar pelo museu. Consegui chegar nele por encontrar alguém ligado a área de museologia que passava pelo local no momento em que eu procurava.
Ao chegar ao local, me assustou a longa escadaria para chegar à exposição e considerei a dificuldade de um cadeirante para usufruir da contemplação do acervo. Creio que não há possibilidade.
A exposição tem por título “A Corte Celestial: 25 anos de Arte e Devoção” é composta por 250 obras do acervo do museu, escolhidas entre 810 peças da coleção que tem como tipologia a arte sacra, com objetos e santos de devoções populares e que têm na sua maioria características do estilo barroco. Foram então criadas ambientações e cenografias agregando as características do casarão, tendo o cuidado de preservar o seu estilo e material, e a introdução de e elementos modernos.
O ambiente foi dividido por estruturas imitando o formato de minhoca, feitas de esquadrias de alumínio e gesso, para não agredir o piso de madeira e garantir também a aeração. Pode-se perceber nessas estruturas cerca de 10 módulos que foram separadas por títulos.
1-Sala dos Oratórios - composta por oratórios que variam de épocas, materiais tamanhos , estilos e procedências. Entre outros, existem algumas curiosidades como o oratório para viagem e o oratório garrafa.
2- Sala das Miniaturas - que consiste em uma armação que une o novo com o barroco das imagens. O objetivo das estruturas de acrílico circular foi trazer transparência, a fim de que o público pudesse contemplar a peça em sua forma tridimensional. A exposição foi montada na sala escura, tendo luminosidade apenas na peça.
3-Sala das Devoções populares - onde são encontrados vários santos de algumas devoções populares, inclusive alguns santos raros. Imagens que deixam a mostra a policromia e o dourado, datadas dos séculos XVII ao XIX, feitas de diversos materiais.
4-Sala da Memória - preparada com o objetivo de homenagear o patrono do museu, onde encontramos de forma sucinta a sua biografia o relato da aquisição da coleção, conhecida como “Guerra Santa”. Lá também existe um belo painel no teto, onde os organizadores da exposição tiveram o cuidado de oferecer uma forma diferente do visitante contempla-lo. Isto foi feito através de um espelho triangular colocado no piso de madeira.
5- Sala da Cena da Visitação – a sala tem este nome, pois lá deveria estar imagens representando a cena da passagem bíblica da visitação, quando Maria, depois de ter recebido a visita do anjo e ficar sabendo que estava grávida do Salvador Jesus, visita sua prima Isabel que também estava grávida de João, o Batista. As mesmas se encontram em restauro. Nela se encontram imagens diversas em tamanho, modelos e materiais do Menino Jesus.
6-Sala da Imaginária Grande - como o próprio nome já diz, encontramos uma diversidade de imagens, de tamanho grande, variando em sua origem, material e procedência. Estão subdivididos por núcleos: 1- Núcleo Sagrada Família - onde vemos diversas cenas de Maria criança com sua mãe Santana e seu pai Joaquim, ou mesmo Maria e Santana, às vezes Maria é um bebê, às vezes Maria é uma infante. 2- Núcleo Século VVII - onde encontramos imagens do século XVII, com características da época citada. 3- Núcleo Ordens Religiosas - onde estão expostos os santos fundadores de ordens religiosas. 4 – Núcleo Devoção Mariana- onde encontramos as diversas formas de devoção e nomes que foram dados a Maria. 5- Núcleo Pedra Sabão - onde, conforme o próprio nome já diz, encontramos esculturas de imagens em pedra-sabão. 6- Núcleo Destaque - são duas imagens que sempre estão expostas. Pode haver mudanças nas peças expostas, mas essas são consideradas principais da exposição e permanecem. São elas representantes do século XVIII, período Barroco, São Miguel Arcanjo esculpido em barro e Nossa Senhora Santana, esculpida em madeira. 7- Núcleo Padroeiro – onde estão expostos o padroeiro de Salvador, São Francisco Xavier, e a padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição. 8- Núcleo Contrastes - onde há representação da iconografia popular e erudita. 9- Núcleo Talha - onde encontramos imagens talhadas em madeira, com algumas imagens raras, entre outras, São Tarcísio que até então eu não conhecia e um Santo Antônio, que mede 1,05 metros.
7-Sala das Rocas - encontramos expostas vários tipos de cabeça que representam várias iconografias, e pode ser usado em um suporte de madeira, vestido com roupas apropriadas de acordo com a representação para ser usado em procissões ou outras festas devocionais. Esse tipo de estrutura facilita a movimentação dos membros, podem representar vários personagens, usando-se também perucas. Existe roca de corpo inteiro, sem estrutura de madeira, e esses não podem ser trocadas as iconografias, por representar um único santo.
8-Ilha Interativa – onde os estudantes podem fazer pesquisas referentes ao museu e acervo, através de um pequeno núcleo de informática, composto por dois computadores.
9-Sala de Projeções – onde o visitante pode ter contato com projeções de roteiros educativos e informativos através de equipamentos modernos.
10- Sala da Crucifixão – onde finaliza a exposição com as imagens que representam a crucifixão de Cristo. Os materiais, tamanhos, época e procedência, estilos são diversificados. Entre outros, há uma representação talhada em madeira, do século XVIII, onde o Cristo é representado com aparência semelhante das esculturas de origem espanhola.
A iluminação é feita artificialmente e também natural através de jogos de luz e sombra que valorizam as obras e também procura mostrar diferenças nos ambientes . Houve uma preocupação também com a preservação do acervo. Para isso, usou-se uma iluminação com fibra ótica e lâmpadas sensitivas, que ajudam na preservação do acervo, pois só ficam acesas o tempo necessário.
A cenografia funciona, ao mesmo tempo, como estrutura-guia do percurso informativo/contemplativo/sensitivo e como elemento de ambientação, valorização e proteção das obras de arte.
As estruturas e suportes das obras seguem a mesma linha da intervenção cenográfica, funcionando como elementos de valorização das peças expostas.
Os expositores,suportes,nichos das obras, foram feitos de diferentes alturas, volumes, formas e dimensões, além de recursos lúdicos – como os que remetem a “buracos de fechadura”, onde vemos as imagens através de lentes de aumento.
As informações quanto a exposição são passadas aos visitantes em legendas bilíngües (Português-Inglês) de forma simples. Embora houvesse algumas expressões, entre outra cito a palavra luso, que não sei até que ponto uma criança no início do letramento entenderia o termo.
Observei dispositivos de segurança instalados, como câmera com circuito de TV para monitoramento das salas, detectores e alarmes contra incêndio e extintores de incêndio com base em co² e outro em pó.
A visita foi feita com orientações de um monitor, e creio que não desfrutaria do mesmo proveito se não houvesse suas explicações e dinâmica. Achei o ambiente extremamente agradável, com uma iluminação que não causou fadiga aos olhos e durante todo o circuito, o visitante é presenteado com uma sonorização, tendo por tema a música sacra. Valeu a pena fazer a visita. Fica aqui também o convite para que vocês aproveitem para usufruir e apreciem as obras que o museu está expondo.


Eloina Santos-168268

fotos de máscaras do MAE

UM POUCO MAIS DE FOTOS



ainda fotos do MAE- MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA





MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA DA UFBA






Em visita ao Museu de Arqueologia e Etnologia, foram tiradas algumas fotos dos objetos lá expostos. Esses objetos foram adquiridos através de doações ou encontrados em escavações. Em alguns foi necessário ser feita restauração para que a peça tivesse condições de ser exposta. uma das características da restauração é deixar visível que a peça sofreu processo de restauro.

sábado, 11 de outubro de 2008

MUSEUS DA MINHA CIDADE


Uma das atividades culturais de minha cidade que me orgulha muito e também me fascina, é a visitação aos museus. Há museus para todo tipo de gosto. São 29 Museus em toda a cidade. Temos o Museu Geológico, Museu da Moda, Memorial dos Governadores Republicanos, Museu da Misericórdia, Museu de Arte Sacra, Museu Tempostal, Museu de Arqueologia e Etnologia da UFBA, Museu da Ordem Terceira ordem de São Francisco,Museu Eugênio Teixeira Leal,Museu de Gastronomia da Bahiana,Museu de Azulejaria e Cerâmica,Palacete das Artes, Memorial do Teatro Castro Alves, Espaço Mário Cravo, Museu de Arte da Bahia, entre outros. A visitação aos museus é uma atividade que nos proporciona fazer uma retrospectiva que nos ajuda a entender a nossa história . Também neles vemos refletida a nossa identidade.

ARTICIDADE


A nossa cidade por ser ampla em espaço territorial é berço fértil para uma diversidade de manifestações artísticas e culturais. Através dessas manifestações podemos mostrar a cara da nossa cidade, revelando a nossa identidade. Foi com o objetivo de discutir essas manifestações e suas influências e mostrar a riqueza de nossa cidade que este blog foi criado. Também é válido pontuar que esta criação é um dos pré-requisitos para obtenção de nota do curso de Música, modalidade EAD, da UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, do qual nosso grupo faz parte.